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Criminosos fingem ser advogados para enganar clientes e aplicar golpes

Pelo menos 20 pessoas foram alvos dos bandidos e uma delas chegou a pagar quase R$ 5 mil aos golpistas


O caso é investigado pela 16ªDP (Barra da Tijuca)

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Rio - Um advogado denuncia que estelionatários têm se passado por ele para aplicar golpes em clientes desde 2023. Paulo Américo Lopes Franco conta que, há quase um ano, vítimas vêm relatando que foram procurados pelo suposto escritório dele, por meio de aplicativo de mensagem, para realizarem pagamentos para a finalização de processos. Pelo menos 20 pessoas foram alvos dos bandidos e uma delas chegou a pagar quase R$ 5 mil aos golpistas. 

Os casos começaram a acontecer em novembro do ano passado, quando os clientes relataram que os bandidos mandavam mensagens se passando por secretários do escritório e informando que os processos estavam em fase final para pagamento. As vítimas então eram orientadas a ligar para um telefone indicado pelos golpistas, que seria do advogado e, em seguida, passavam os dados para depósito, todos no nome de Paulo e até usando papel timbrado do banco. Entretanto, ele afirma que as contas não são dele. 

O advogado diz que em um dos casos, uma cliente fez um depósito de R$ 4.999,98, já que valores acima de R$ 5 mil podem ser rastreados pela Receita Federal. "Eles são articulados, criam logomarca do escritório com o meu nome, fornecem número de telefone para contato, são atendidos por pessoas que se passam por mim, solicitam depósitos. Parece autêntica a situação", declarou. Os casos continuaram e, no último dia 19 de setembro, Paulo registrou um segundo boletim de ocorrência na 16ª DP (Barra da Tijuca).

"Essa prática é de falsidade ideológica e de estelionato digital. Isso está sendo constante, foi feito ano passado, esse ano, também. Tem uns 20 clientes meus que foram contatados. Eu não entendo como eles conseguem os números de telefone dos clientes, porque o processo é público, mas os telefones não estão nos autos. Todos os dias chega a ligação de um cliente e eu tenho que explicar que é golpe, que fiz um boletim de ocorrência para me resguardar", afirmou advogado, que além de lamentar pelo prejuízo das vítimas, teme pela credibilidade do seu trabalho. 

"Além do impacto dessas fraudes e do eventual prejuízo financeiro imediato, acho que compromete até a credibilidade do sistema da Justiça. A confiança dos clientes em relação a mim como advogado, já é um fato, o cliente acaba podendo achar que estou vinculado a alguma circunstância e isso me causa muito temor", desabafou. Em uma ocasião, após saber dos golpes, a mulher de Paulo, que também é advogada, fez contato com os criminosos, que desligaram após ela revelar que sabia do crime. 

Segundo a Polícia Civil, o caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca) e diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.

Procurada, a OAB-RJ ainda não se manifestou sobre o caso. O espaço está aberto para manifestações. 

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